quarta-feira, 20 de agosto de 2014

A Alquimia da Magia

ONA (Retirado do Hostia I, 1991eh)

     Magia não é um objeto de estudo acadêmico - é essencialmente prático. Também requer auto-disciplina e treino - adquirir habilidades. Nenhum livro ou professor pode lhe ensinar magia, ela só pode ser aprendida na prática, pela tentativa e erro vindo da experiencia. O máximo que todos os livros e professores podem fazer é guiar rumo a experiencia relevantes e oferecer algumas explicações para a causa, efeito e o que está além do causal.
     Similarmente, a auto-expressão intencional será na maioria das vezes contra-produtiva. O que é requerido do noviço e Iniciado é uma auto-disciplina e o insight que surge da conquista e adversidade. Entretanto, a vida moderna, fez essas coisas difíceis. É fácil ser presunçoso, aceitar os confortos da vida moderna e a falta de auto-disciplina, tal como os "métodos" modernos e "idéias" sobre "magia" fazem parecer que a compreensão e a realização em magia são fáceis: tudo que é necessário são livros/manuais de graus/informações relevantes e uma mente/atitude/abordagem caótica
    Não há e nunca irá haver um substituto para o auto-aprendizado através da experiencia. O verdadeiro aprendizado em magia, ocorre somente pelo noviço individual: trabalho em grupo e experiencia em grupo meramente confirma o aprendizado e ampliam as técnicas, as formas que são usadas. Isso é porque a verdadeira magia é interna - uma alquimia de mudança psíquica. As técnicas são externas. Por exemplo, magia sexual é uma técnica de magia - não é magia ou "mágico" por si só - da mesma maneira que um ritual cerimonial é uma técnica. Todas as técnicas são formas que estão dormentes - elas precisar ser animadas, trazidas a vida: elas necessitam serem inspiradas com o 'sopro da vida'. Essa vivificação da magia e sua realização é individual, ou seja, não se baseia na forma - nos mínimos detalhes da performance ou técnica. Algumas vezes essa vivificação é compartilhada - ex: entre dois indivíduos realizando um rito sexual ou um grupo se reunindo para uma cerimonia.
     Por um longo período as técnicas foram consideras mágicas por si só, guiando a um desentendimento completo da magia - como, por exemplo, por Crowley e seus seguidores e por adeptos das técnicas de "caos" recentes. Magia está além da técnica - técnicas e formas meramente presenciam a magia no causal, e para acessar as energias mágicas, certas habilidades são necessárias. Algumas vezes, essa habilidade é interna e pode ser como uma atitude mental. É "mover com" as energias mágicas como essas energias são, em si - não é uma abordagem indireta e frouxa, uma aceitação caótica, mas uma direção equilibrada e fina: não uma perda de percepção consciente/entendimento, mas um novo tipo de percepção. É como correr longas distancias: a habilidade inata pode ajudar, mas requer treino, uma percepção das limitações nascidas das experiencias prévias, uma auto-disciplina para alcançar a distancia no tempo delimitado - e então o correr, que quando bem sucedido é um 'fluir' com o corpo e a mente...
     Na magia, o desejo faz a energia - uma vez acessada pelo individuo - presenciada na forma/técnica escolhida. Esse desejo é geralmente intencionado  - ou seja, tem um certo objetivo causal (como por exemplo uma magia externa). A forma ou técnica escolhida pode estimular em algum alcance a produção de energias mágicas - mas é o individuo que deve abrir o portal (ou nexion) e dirigir as energias que residem além dele. O que as formas e as técnicas geralmente fazem é parecer o nexion real e acessível  - geralmente 'provocando' dentro do individuo a consciência necessária para abrir o nexion e presenciar as energias.
     Por causa disso, os rituais cerimoniais (ou qualquer ritual onde dois ou mais estão presentes e envolvidos) precisam de direção ou controle - das imagens/formas/padrões invocados e o presenciar de tal no causal. Essa direção é sempre para o causal (isso é, para um objetivo especifico ou na psique de um individuo ou indivíduos) por causa da natureza das energias - sempre há um 'fluxo'. Se nenhum controle é realizado (ou a direção está confusa por que mais que uma tentativa para controlar o fluxo - talvez inconscientemente) então uma mudança causal irá ocorrer (e deve ocorrer) através de vias provavelmente desapercebidas pelos envolvidos - isso é o que geralmente acontece quando alguns indivíduos reúnem e tentam um ato de magia - e geralmente resulta no rompimento psíquico de um ou mais desses indivíduos.  
     A alquimia da magia é um aprendizado em controlar o acesso as energias, e sendo capaz de produzir mudanças através de presenciar o que é acessado: internamente (dentro de da própria psique), externamente (em outros e nas coisas do dia-a-dia) e aeonicamente (dentro e além dos confins de aeonica). Há portanto um aprendizado sobre os vários tipos de energias mágicas (que podem ser ditas ou diferenciadas por como eles presenciam o causal) - e seus usos.   Em resumo, a obtenção de habilidades individuais e compreensão. Para alcançar isso, certas maneiras - certas guias devem ser seguidas. Há um compromisso sério - não um hobby, não uma reunião de algumas pessoas de mesma mentalidade como e quando em um agradável gratificação do ego pesquisando 'o oculto', e certamente não para 'rizadas' ou entretenimento. Há uma intensidade, uma auto-disciplina, algumas vez até mesmo dificuldade - e esses prazeres que estão além dos meros mortais. Em resumo, novas maneiras de viver.
     Por mais que a alquimia da magia esteja agora acessível a todos (devido a obras como "Naos"), é improvável que muitos irão renunciar as suas fáceis formas de viver atuais por um desafio.
   
Tradução de AShTarot Cognatus

- Ordem dos Nove Ângulos - 
http://o9a.com.br/

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